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Micotoxinas e os problemas que causam na contaminação das rações

As micotoxinas são metabólicos tóxicos produzidos por fungos de gêneros distintos. Esses fungos geralmente atacam o carboidrato presente nos grãos, utilizando em sua maioria os cereais como fontes de nutrientes.

Essas micotoxinas causam prejuízos de forma direta ou indireta nos animais, prejudicando seu desempenho produtivo. As principais são:

Aflatoxina

Produzida pelos fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, a aflatoxina causa lesões hepáticas, podendo comprometer o sistema imunológico de suínos, prejudicando o seu desempenho.

Fumonisina

Fungos toxigênicos dos gêneros Fusarium produzem essa micotoxina que ataca principalmente os suínos, causando edema pulmonar, dificuldade respiratória e cianose.

Zearalenona

Metabólito tóxico produzido por fungos do gênero Fusarium, a zearalenona pode causar vulvovaginites, nascimento de leitões fracos e natimortos, diminuição na taxa de concepção e repetição de cio.

Ocratoxina

A ocratoxina é produzida por algumas espécies de fungos filamentosos pertencentes ao gênero Aspergillus e Penicillium. Essa micotoxina causa graves lesões renais.

Tricotecenos

Produzidas por várias espécies dos gêneros Fusarium, Cefalosporium, Myrothecium, Stachybotrys e Trichoderma, os tricotecenos são divididos em dois grupos:

Tipo A: toxina T-2, toxina HT-2 e diacetoxyscirpenol;

Tipo B: deoxinivalenol (DON ou vomitoxina), 3-acetil-deoxinivalenol, 15-acetil-deoxinivalenol, fusarenon-X e nivalenol.

Os mais comuns em cereais oriundos das culturas de inverno são a toxina T-2 e o deoxinivalenol. Suínos e outros animais monogástricos são muito sensíveis à ação dos tricotecenos, causando recusa de alimentos, vômito e diminuição no ganho de peso.

No Brasil, por conta do clima predominantemente tropical, há grande potencial para a proliferação fúngica e ainda não há tecnologia para o armazenamento de grãos onde haja o controle de temperatura, já que em uma temperatura abaixo de 15 °C os fungos possuem baixo desenvolvimento.

Em condições ambientais adequadas, os grãos utilizados para ração possuem umidade aproximada de 17%, sendo necessário processo de secagem para a redução dos níveis abaixo dos 13%.

A temperatura recomendada de secagem dos grãos é de 90 °C, atingindo 45 °C nos grãos, para não causar danos, pois temperaturas mais altas causam quebras e fissuras, prejudicando a qualidade de estocagem, o que favorece o crescimento de fungos.

O acúmulo de poeira e resíduos oriundos de cargas anteriores de grãos, insetos e roedores que atacam os grãos deixando-os quebrados, ardidos, carunchados ou com outros defeitos, também favorecem o aparecimento de fungos.

Por esses motivos, deve ser reforçado a importância da classificação e da avaliação dos grãos recebidos nas fábricas de rações, devendo ser criadas políticas de controle, remuneração e recall de cargas que não atendam aos requisitos mínimos de qualidade.

Por conta da necessidade de armazenagem dos grãos por longos períodos, não há possibilidade de garantia da sua qualidade sem a adição de acidificantes, já que eles são considerados uma grande ferramenta no controle das micotoxinas.

Os acidificantes mais potentes são os que contêm, em sua composição, os ácidos propiônico e sórbico, dois dos ácidos orgânicos com maior atividade antifúngica.

O uso de acidificantes é recomendado nas rações, visto que os grãos moídos são facilitadores para a colonização dos fungos.

Fonte: Revista Suinocultura Industrial, edição 294, ano 42, n° 03/2020

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